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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cancão e Poema: Cancão do exílio

Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vidas,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, á noite,
Mais prazer encontro lá:
Minha Terra tem palmeiras onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
que tais não encontro eu cá;
Mais prazeres eu encontro lá:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
sem que volte para lá,
Sem que desfrute os primores,
QUE NÃO ENCONTRO POR CÁ:
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Lira do amor romântico ou eterna repetição...

Atirei um limão n'água,
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderem:
Quem tem amor tem coragem.

Atirei uma limão n'água,
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto doi uma paixão!

Atirei um limão n'água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos respitiram:
É dor de quem muito amou.

Atirei um limão n'água,
o rio ficou vermelho,
e cada peixinho viu,
meu coração num espelho.

Atirei um limão n'água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes,
Minh'alma dolorida.

Atirei um limão n'água,
foi levado na corrente,
senti os peixes que diziam:
Hás de amar eternamente!

Te ver

Te ver e não te querer,
É improvável, é impossivél
Ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor é incrível.



É como mergulhar num rio e não se molhar,
É como não morrer de frio no gelo polar,
É como ter o estomago vazio na hora do jantar,
É ver o céu se abrir num estio e não animar.