Estava eu pesquisando, nos livros sobre sapatilhas de ponta, algum assunto interessante para postar quando me deparei com o testemunho da ex-bailarina Angela Reinhardt, autora do livro Pointe Shoes – Tips and Tricks. Primeira bailarina do Komische Oper de Berlim, ela, assim como todas nós, duvidou que um dia chegaria lá.

“Am I talented enough? I’m sure you’re going to ask yourself this question. Maybe you don’t really believe you have enough talent to dance, nor even to study to be a professional. Maybe you think you don’t have the ‘ideal’ body, or you’re hesitating because you haven’t been in a children’s dance group, or learned gymnastics, or done figure-skating. Then let me tell you something.
Most important of all is your interest, your sense of commitment, and your passion for dancing. With these, you can move mountains. Without passion, you can be talented, and certainly talent has something to do with special physical gifts, but these are no guarantee of success later on.
When I remember my childhood, my swaybacked legs, my little apple-like bottom and my almost complete lack of turn-out, anyone who looked at me must have thought: dance is not really for her. Even my brother had better physical attributes than I did. He could easily do so many of the exercises that I had to truggle at with clenched teeth. But he didn’ have the dream, nor did he feel passion for ballet.” 

“Sou talentoso(a) o suficiente? Tenho certeza que você se fará esta pergunta. Talvez não acredite que tenha talento o suficiente para dançar, nem mesmo para estudar e se tornar profissional. Talvez pense que não tenha o corpo “ideal”, ou hesite por não ter frequentado escolas de dança para crianças, ou aprendido ginástica, ou patinação artística. Deixe-me então contar um segredo.
O mais importante de tudo é seu interesse, seu comprometimento e sua paixão pela dança. Com isso, é possível mover montanhas. Sem áixão, você pode até ter talento, e certamente talento tem tudo a ver com atributos físicos, mas eles não são garantia de sucesso no futuro.
Quando lembro da minha infância, minhas pernas arqueadas, meu bumbum murcho e minha completa falta de senso de realização, quem olhava para minha devia pensar: dançar não é pra ela. Até meu irmão tinha atributos físicos melhores que os meus. Ele consegui fazer facilmente aquilo que eu lutava, rangendo os dentes, para realizar. Mas ele não tinha o sonho e nem mesmo a paixão pelo ballet.”
Espero que isso responda às perguntas de todas as apaixonados(as) que lêem o blog, que mandam emails e duvidam de sua capacidade e até mesmo seu amor pela dança. Vocês podem, meninos(as)! O ballet escolhe a todos. Mas cabe a você escolher a disciplina de um bailarino para se tornar um.