“Não quero ser compreendido, quero ser sentido”
Vaslav Nijinsky é considerado um dos maiores bailarinos de todos os tempos. Com a incrível altura e leveza de seus saltos, aliada às suas inigualáveis interpretações de personagens, o bailarino, nascido em Kiev, na Ucrânia, tornou-se um símbolo na mitologia da dança. E assim como no palco, Nijinsky era intenso na vida. Eternizou-se como uma figura enigmática, de personalidade carismática e sensível, porém com temperamento taciturno e introvertido.
Na foto: Nijinsky.
Para a platéia de 1912, que estava acostumada a aplaudir o estritamente conhecido, não foi nada fácil digerir as criações -nem um pouco convencionais- de Njikinsky. As novas técnicas coreográficas exploradas por ele e os inéditos conceitos de expressão corporal desenvolvidos, rompiam violentamente com as características fundamentais do balé tradicional.
Os temas e assuntos abordados nos balés criados pelo mito da dança foram considerados quase que uma afronta para os padrões da época. Algum tempo depois do escândalo inicial, porém, às criações de Nijinsky se estabeleceram pela originalidade. E juntamente, com o impulso das obras de artistas como Isadora Duncan, Mary Wigman e Von Laban, que neste período, a dança eclodiu como arte autônoma.
Na maioria das vezes que somos surpreendidos por algo diferente, estranho àquilo que estamos acostumados, uma sensação de insegurança nos envolve, e logo após, se transforma em rejeição. Entretanto, seria mais coerente, se soubéssemos usufruir dessas situações inéditas e sentimentos provocantes para refletir e construir outras idéias, distintas concepções. Ou então, simplesmente permitir-se, para que o corpo e a alma, apenas sintam.
“Não quero ser compreendido, quero ser sentido.” Vaslav Nijinsky