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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Balé clássico leva adultos ao balé - Parte 1


Balé clássico tem levado mulheres adultas para academias de dança em Florianópolis


Tendência quebra o mito de que não se pratica depois dos 10 anos


Julia Antunes Lourenço  |  julia.antunes@diario.com.br
A música com notas de piano vai tomando conta da sala. As mãos das alunas estão colocadas sobre a barra. Elas vestem colant, sapatilhas e meia-calça. A professora passa os próximos passos: uma sequência de tendu (pronuncia-se tandí). Começa mais uma aula de balé clássico na Associação Cultural Arte.Dança, em Florianópolis.
Na turma, ninguém aspira entrar para o Bolshoi. A aula é de balé, mas diferenciada para adultos. Uma modalidade que tem atraído mulheres que há muito tempo deixaram para trás o sonho de ser bailarina, mas que nunca perderam a vontade de dançar.
— Começamos com uma turma em 2009, hoje estamos com três e, a cada aula aparece uma aluna nova. Já estamos começando a nivelar, para que uma mulher que nunca fez não entre na turma de quem está há dois anos — conta a professora Letícia Gallotti.
À noite, carros vão chegando apressados em outra escola de dança, a Estação Dançar, no Bairro Coqueiros, também na Capital. Enquanto as adolescentes esperam pela aula assistindo a um vídeo de balé clássico, as adultas chegam em cima da hora, depois de um dia de trabalho. As barras nas terças e quintas-feiras à noite ficam concorridas. Quem coordena os exercícios é a professora Ana Luiza Ciscato, que também tem percebido um interesse maior entre mulheres adultas. Ela acredita que essa tendência quebra o mito de que não se dança balé depois dos 10 anos.

 Quem procura
De acordo com a professora e coreógrafa Bia Mattar, dona da escola Garagem da Dança, há dois tipos de mulheres que procuram a dança. Uma fez aulas quando criança e parou por motivos pessoais e profissionais e a outra prefere dançar em vez de frequentar academia. 

A maioria passou por outras atividades físicas, como a musculação. Anaía Brognoli, 31 anos, fez jazz, ioga e entrou numa academia de ginástica. Para ela, o ambiente de corpos sarados era muito "over".
— Havia competição. Desde a roupa até o tamanho do peito e do bumbum — ressalta ela, que, há dois anos, voltou para a dança.
Vanessa de Moraes Silveira, 24 anos, reencontrou-se com o balé há seis anos. Além das aulas terças e quintas-feiras à noite, faz também nas segundas e quartas pela manhã. Fez balé quando criança, passou pelo jazz e, depois, street dance.
— É mais do que uma atividade física. Virou hobby — diz.

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